quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Fragmentos

Eu tenho medo de as vezes passar imagem de alguém deprimido, mas paro e percebo que tenho ainda mais medo de não passar a minha imagem, a imagem de quem eu sou. E acho que eu apenas torno-me cada vez mais essa pessoa que sente, sente e expõe no mais alto grau possível. Sente e expõe.

Eu passei alguns dias naquele mundo escuro, do qual todos estamos uma vez ou outra; decepção ou outra, desamor ou outro. Mas nesse momento cabe uma plenitude, com alguma alegria, pela quilo e por alguns escritos que me fizeram sentir tudo aqui desse lado - do lado de dentro - cheio e completo.

São breves fragmentos meus, mas mais do que nunca sinto e preciso expor. Por que fragmenta-se de uma forma linda e doce. Não sei o que é isso, apenas sei que não tenho preça que acabe. Não quero extremismos e nomes, só não quero que se vá, mas se em alguém momento tiver que ir, que demore - por favor. O mundo anda mais bonito por aqui, eu até durmo bem agora. Sorrio facilmente e, me desespero de vagarinho, aos poucos... quase nunca.

Não posso mentir... ainda sinto a falta do meu telescope, mas o que é isso tão simplista, que me leva a poesias fáceis? O que é isso que se junta sem expectativa? E ao mesmo tempo espera algo, toda noite aquele mesmo diálogo. Algo que deixa o telescope de lado, não inexistente, mas de lado, criando um novo mundo, um novo sentido.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Tem uma janela bonita na varanda da minha casa

Como é interessante acordar sob esse clima frio e cinza. A cozinha doce e gelada. Ligo a torradeira, abro a porta da pia pego o café, coloco na cafeteira. Abro a janela e respiro a neblina tentando guarda-la pra mim.

Ligo a TV, coloco no 24 e penso "vamos lá, primeira musica da manhã". Tudo está tranquilo, sereno como nenhum dia ensolarado ou quente pode ser. Sem igual. Alguns minutos depois minha mãe acorda também - vai direto fazer fogo em dias assim. Ela sai do corredor rindo, esfregando as mãos, assoprando-as. Ela é tão engraçada as vezes.

Uma vez ou outra é mudada as ações, mas em geral são essas ações aleatórias que fazem meu dia começar bem. Que me deixam feliz e inspirada. Eu preciso de bem pouco pra que tudo esteja bem, mesmo que seja momentanêo. Mas em geral é assim, se eu fico triste sem perspectiva eu lembro.. tem uma janela bem bonita na varanda da minha casa, e já acho tudo interessante, a vida bela de novo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Menos nada

É tão difícil ser a pessoa que eu preciso ser. Sabe como estou resolvendo, saindo de vez daquela minha dor antiga da desilusão? Me metendo em outra, mais as cegas ainda. Menos possível.

No jogo de possibilidades, julgando pelos fatos e diálogos a de agora esta mais pra, vamos ver, nada, espera! Tá mais pra menos nada. Mas se tem uma coisa que aprendi até hoje é ir, esperar e pensar de mais nunca me ajudou, nunca me levou a nada.

Nada, nada e mais nada, prefiro esse menos nada ai, que pelo menos me causa uns arrepios, umas felicidades, uns nadas cheios, sem vazios ou telescopes quebrados. Não é nada, mais é inteiro. De verdade. Como se eu estivesse fazendo a mesma coisa, mas sem repeti-la.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quarta

Estou levando a vida, com doses de Clarisse Corrêa ali, uma filosofia miúda, e a pertinência ousada e brilhante de Paulo Coelho por aqui... estou me esforçando pra levantar e ir, o máximo.

Classifico os objetivos, peso os fins. Mas será que temos que ser tão objetivos, práticos, se os sonhos são tão imaturos e viajantes. E sabe "Um sonho morto pode se tornar uma maldição."

domingo, 7 de agosto de 2011

Sunday morning

Estou triste e não consigo acreditar em mais nada, eu sinto algumas coisas mas não sei se posso acreditar nelas. Talvez eu esteja apenas chateada - as pessoas confundem chateação com tristeza, eu também posso estar confundindo.

Os objetivo são tão claros que acordei e me assustei de uma maneira inimaginável, o caminho está assustador onde costumava encantar - ainda encanta -, mas agora o lado assustador esta maior, esta crescendo. E o mais assustador de tudo, não estou fazendo nada pra impedir.

Está se afunilando todas as relações estão, todos estão se transformando - eu pareço estar imutável, mas é difícil se auto-definir, o que eu vejo é que eles, todos estão em uma versão católica do que eram. Com isso fiquei mais gélida, talvez tenha sido eu que parei de importar-me e então sobrou apenas isso, o elo de sempre. Mas agora vejo que ele é fino, frágil.

Está tudo muito traiçoeiro, como jamais me senti antes, estou no auge do furacão. Na linha de saída, amedrontada pela sinal de partida. Apavorada com tudo. Não com os obstáculos, mas por poder estar na pista errada.