quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Eu sempre quis o silêncio. Sempre quis a solidão, mas de repente eu preciso da companhia. O silencio da solidão sempre foi confortante, eu ainda transbordo quando sei que estou só, mas de repente eu percebi que ela está me afundando. Eu estou me destruindo pra dentro. Perdendo o sentido de fora, mesmo conectada. A existência parece monótona, até mesmo quando alcança o sonho. Nem sei mais o que é sonho o que é óbvio. Eu descobri tantas coisas, cheguei  a sentir um quase orgulho de mim por um tempo, mas agora me pergunto se eu descobri ou se apenas disseram pra mim. Me pergunto se eu estou construindo ou apenas reescrevendo - repassando, o sonho de alguém.

De todos os momentos da minha vida até hoje, viver o sonho tem sido o mais difícil. De todos, é neste em que definitivamente me pergunto: Quem sou eu?
E pela primeira vez, não soa como uma frase démodé.
E nessa altura, esses detalhes não importam mais. A busca parece tão complexa. O caminho tão curvado. Que, detalhes, são apenas detalhes diante do que é.

Mas o que é. O que eu quero saber. Porquê eu quero saber.
Para quem eu quero dizer. Quem eu quero que saiba. Quem eu quero que me diga.
Quem é? O que é admiração. É bom? Não?

O que é o que. Quem é o que.

Quem sou eu.

Quem é você.

Me sinto cansada pelo sol. Meio sem chão. Meio sem abraço. Como quem esqueceu o casaco, ao sair pela manhãzinha gelada. Alguém perdido em meio as migalhas. Meio sem sono. Completamente cansada. Completamente culpada. Sem culpa. Com culpa. Com açúcar. Sem afeto. De sweater. Sem adiantar. Meio meia manga.

Como outono e primavera. Um escritor que não quer ser poeta. Mas é poeta, porque tem uma dor. Um amor. Porque ama as palavras. Os sotaques e a terra. Que terra. A sua ou a de alguém?

Quem é esse poeta. Quem ele pode ser.
O que ele sabe. O que ele deseja.

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