quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Nessas férias

Eu sempre gostei da penumbra. Dependendo do horário eu até mesmo gosto do sol. Nessas férias, eu aprendi uma coisa. Foram lindas, são lindas as coisas que nós aprendemos enquanto estamos no lar, no ladinho da mãe. Passando tanto tempo ao lado das suas coisas, tocando e revivendo, sentindo a nostalgia de todos os dias, de todas as coisas, de qualquer canto para qual você olhe.

Nessas férias eu aprendi muitas coisas bonitas, coisas bonitas sobre o verão - mas vamos deixar o verão pra mais tarde. Como dizia... Nessas férias... Nessas férias não segui o caminho do mar, não sai conhecer lugares exóticos - oh, como amo essa palavra, não assisti todos os filmes que queria, não li ou adquiri os livros que planejara, não falei todas as palavras que pensei, não me resolvi comigo mesmo, como esperava. Não emagreci...

Mas coisas que não planejei, não pensei, não esperava aconteceram também. Exorcisei uma dúvida, superei uma paixão dolorida e confusa. Bebi e chorei como uma criança, tão forte e profundamente, que desejei mais do que nunca falar com meu anjo da guarda, como nos livros do Paulo - Ah, eu li um livro do Paulo Coelho também, em três dias... foi lindo!. E bebi de novo, bebi várias vezes, muito mais do que sempre. Eu confesso, sentia as férias como um repouso, uma espiritualização, limpeza. Mas bebi mais do que nunca, fiquei bêbada demais, falai demais, falei o bastante. Chamei quando achava loucura, mas foi a hora certa. Exorcisei de novo. Tirei a dúvida e a fantasia do coração. Engraçado, esse paragrafo da bebida, podia ter linhas e mais linhas, já é o maior de todos, mas podia ser 2, 3 vezes mais. Sim, ninguém é bobo, ninguém precisa fingir - não aqui, nas bebidas e que tudo foi mais intenso.

Eu estava tão cansada do mundo que mesmo sem tocar terras estrangeiras, águas litorânes foram as melhores férias da minha vida. Onde eu descanso a minha cabeça é o meu lar, e após tanto andar por caminhos tortos, desconhecidos, cruzar com estranhos, amá-los, tudo que eu precisava era da previsibilidade. E no conhecido, descansar minha cabeça, fechar os olhos e andar no escuro sabendo exatamente onde pisar. Estar entre olhares familiares.

Foi tão lindo... Nessas férias, eu aprendi a amar um novo horário. Apesar do calor, da luz, eu gosto da claridade. Ali por meio-dia e meio, pegar um livro, sentar em qualquer canto. Ouvir longe o som da TV, porque minha mãe sempre está na sala nesse horário, entre coxilar e assistir. Tirando o horário da novela esse é o preferido dela.

Bom, não sei como até hoje nunca havia me dado conta. Nessas férias aprendi a amar... seja o que for...
porque cada vez eu tenho mais certeza "eu sou, eu sou amor da cabeça aos pés"

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