quarta-feira, 20 de março de 2013

Palavras

As vezes, eu simplesmente esqueço de escrever. Como se eu não soubesse, como se a vida não cuspisse nada de útil. Como se absolutamente nada pudesse conter o sabor de algumas palavras. Algumas vezes, eu sinto que preciso de ajuda. No entanto, babitualmente, de uma maneira frenética e doentia, preciso estar só - até de mim mesmo, para que seja possível soltar algumas palavras. Principalmente, na maioria do tempo. Mas, as vezes a vida simplesmente parece indescrítivel. Como no filme Words, o leitor vive o que o escritor sentia enquanto escrevia. As vezes a vida simplesmente não merece se transpor, no que nós sentimos. Na beleza das palavras. É como algo que suja e estraga. E um escritor só existe no que escreve. Um escritor só é - o que for, se conseguir escrever isso.

Eu não falo de digitar. Eu, tu, ele, nós, vós, eles digitam o tempo todo. Digitam artigos, digitam sitações, digitam trabalhos, digitam documentos. Mas, só um escritor escreve. Só um escritor fala de você, do outro, dele mesmo. Só um escritor fala com as palavras. Por isso, as vezes, eles esquecem de escrever. Como se não soubessem. Porque, habitualmente nós não sabemos o que vem. Nos não entemos o que estamos vendo. Não compreendemos o que vem do outro, pra poder falar de você... É preciso obsorver, observar, observar... E, as vezes se observa tanto, que esquecemos que sabemos moldar. Moldar como uma obra. Para entregá-la a alguém, ou a si mesmo. Para por fim, ser. Pois um escritor só existe se ele escrever isso. Como alguém que fala de si o tempo todo, mesmo falando dos outros... Como alguém que quer falar da vida, mas que não a acha merecedora disso.

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