sábado, 10 de julho de 2010

Som e fúria

Os tropeços no tapete, o vazio da TV, o som atrapalhado das pessoas, o que eles não sabem. Essa fúria parece maior do que é... Quantos socos na parede... Eu não sei da onde está vindo, se sempre tive, se é novo, se é passageiro ou, derrepente, sou eu. Talvez, tudo que está guardado mas também não sei porque agora. Estou trancada e quero que minhas coisas permaneçam também.

Eu estou tão próxima do caminho mais bonito. Só espero, melhor, quero que ele seja tudo o que espero. Eu gosto de verdade de como tudo está, mas as vezes, as pessoas me distanciam disso - sem perceber. Tornam meus sonhos perdidos, indistintamente por culpa minha, como se eu fosse um filtro, e sou a parte que reserva as impurezas, essas que poluem meus sonhos, eles deixam de ser ímpetos, já são fragéis, e então se vão junto a luz.

Mas a musica ela transforma tudo tão facilmente, sou só eu, ela e o mundo que ela cosntroi. É como estar sorrindo na chuva ou naquelas luzes coloridas. A bateria papapa na minha cabeça é como sinos de salvação. Os vocalistas estão tão livres soltando sua alma, aleatoriamente em códigos, cifras, letras saídas de uma tarde de café e inspiração. Uma bicicleta, um campo de algo que parece trigos, ou, uma passarela de pedra, e então, água. Não sei se parece certo, mas é o que vejo nesse som, no som que ouço agora. E claro, os gritos, as letras, e o som da salvação ou menos cordial; o som do sentido, da emoção, do alívio.

Minha lucidez torna-se menos presente a cada escrita, no meu caderno também é assim. Minhas letras antigas eram mais certas, corretas... Sou eu e tenho medo disso. Mas é preciso como todo o resto, como encarar o mundo, buscar, perder, se perder... e com os dias, com as imagens e os sons, se encontrar. Talvez, parte dessa fúria seja parte da não lucidez que se atenua cada vez mais, que já vinha se instalando de vagar, calma. Não sendo mais parte de um dia apenas, mas parte de cada parte de mim, de todos os meus sons e minhas imagens. O som que ouço agora é a fúria de todos os meus dias.

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